Com Instagram, TikTok e influenciadores, comerciantes apostam em estratégias digitais para conquistar novos públicos
Redes sociais – Um dos bairros mais movimentados da cidade de São Paulo, o Brás recebe diariamente de 150 mil a 200 mil pessoas e fatura R$ 26 bilhões por ano, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura da capital paulista.
Reconhecido como um polo tradicional do comércio popular, o local está se reinventando com a adoção das redes sociais como canais essenciais para vendas e interação com clientes. Plataformas como TikTok e Instagram deixaram de ser apenas espaços de divulgação e se tornaram aliadas estratégicas para aumentar as vendas.
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Essa mudança reflete uma tendência mundial. Dados da Visa mostram que o social commerce respondeu por 10% das compras online em 2023, com projeção de alcançar 20% até 2025, graças ao comportamento de consumo da Geração Z.
Circuito de Compras investe em estratégias digitais
O Circuito de Compras – Feira da Madrugada, maior centro de compras populares da América Latina, é um dos destaques nessa revolução digital. Reinaugurada em 2021, busca revitalizar o Brás e oferecer melhor infraestrutura para lojistas e consumidores.
Recentemente, o local tem fortalecido sua presença online, colaborando com influenciadores e criando iniciativas para valorizar os comerciantes. Atualmente, o espaço é o maior centro de compras populares do continente.
A recomendação é que cada loja desenvolva sua própria identidade, usando as redes para exibir produtos, rotina e interagir diretamente com os consumidores.
Com a evolução do digital, os comerciantes do Circuito de Compras passaram a enxergar o online como parte integrante do negócio, e não como um canal isolado.
Nesse contexto, as redes sociais se firmam como grandes aliadas do empreendedorismo de pequeno porte.
Táticas para impulsionar vendas
Confira quatro estratégias que têm se mostrado eficazes para o varejo popular nas redes sociais:
1) Live commerce
As transmissões ao vivo com opção de compra imediata estão em alta. TikTok Shop, Shopee e Amazon já adotam esse modelo.
A abordagem aproxima o vendedor do cliente, permite promoções em tempo real e gera senso de urgência.
A influenciadora Bianca Andrade, a “Boca Rosa”, é um caso emblemático: em uma live de quatro horas, alcançou R$ 5 milhões em vendas, sendo R$ 1 milhão nos primeiros 10 minutos.
Mesmo lojistas com público menor podem adotar a tática, desde que tenham planejamento e enfoque na interação.
2) TikTok e TikTok Shop
A plataforma, conhecida por vídeos curtos e dinâmicos, virou uma vitrine eficiente.
Comerciantes podem exibir processos de produção, novidades e conteúdos alinhados a trends virais.
A TikTok Shop facilita a compra direta no app, agilizando o processo.
O marketing de afiliados também permite que influenciadores promovam produtos e ganhem comissões, ampliando o alcance naturalmente.
3) Parcerias com influenciadores de nicho
Colaborar com criadores de conteúdo que conversam com públicos específicos pode impulsionar vendas.
Tanto figuras locais quanto regionais são válidas, desde que estejam alinhadas à identidade da marca.
Essa conexão fortalece a confiança, aumenta o engajamento e expande a visibilidade de forma direcionada.
4) Redes sociais como vitrine digital
Instagram e Facebook funcionam como catálogos virtuais.
Recursos como links nos stories, reels e tags de produtos facilitam a jornada de compra.
Além de vender, o foco é criar laços com o público.
Autenticidade, estética coerente e linguagem próxima aos valores do consumidor são fundamentais para fidelizar e formar comunidades.