Sitepd-PR, Sintipar-PR e Sinttec-MG, sindicatos de profissionais de TI do Paraná e Minas Gerais, vão usar a estrutura do sindicato paulista Sindpd para receber denúncias sobre problemas em empresas de tecnologia das suas áreas de atuação. Em nota, o Sindpd divulgou que os sindicatos “chamaram o irmão mais velho para a briga”. A expressão tem lá a sua razão de ser. O Sitepd-PR e o Sintipar-PR tem sede em Curitiba (porque o Paraná tem dois sindicatos é um desses mistérios do mundo sindical) e o Sinttec-MG é baseado em Uberlândia. Nenhum deles tem nem de longe o poder de […]

Sitepd-PR, Sintipar-PR e Sinttec-MG, sindicatos de profissionais de TI do Paraná e Minas Gerais, vão usar a estrutura do sindicato paulista Sindpd para receber denúncias sobre problemas em empresas de tecnologia das suas áreas de atuação.

Em nota, o Sindpd divulgou que os sindicatos “chamaram o irmão mais velho para a briga”.

A expressão tem lá a sua razão de ser. O Sitepd-PR e o Sintipar-PR tem sede em Curitiba (porque o Paraná tem dois sindicatos é um desses mistérios do mundo sindical) e o Sinttec-MG é baseado em Uberlândia.

Nenhum deles tem nem de longe o poder de fogo e a influência do Sindpd, o sindicato de profissionais da área de tecnologia mais relevante do país.

Todos os sindicatos, porém, são filiados à Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação, a Feittinf, o que estabelece um marco para a cooperação.

Com a cooperação, os sindicatos serão atendidos pelo Comitê de Operações Especiais, o COE, um braço do Sindpd que recebe denúncias anônimas, fazendo a pesquisa e apuração adicional necessária para levar os casos para a Justiça Trabalhista.

Entre as mudanças na comunicação, todos os sindicatos terão novos portais, mudanças nas redes sociais, atendimento aos sócios e contribuintes pelo Whatsapp e canais exclusivos para o recebimento de denúncias. 

“Estamos iniciando um processo que vai fortalecer muito os trabalhadores em TI do Brasil, quando integramos os sindicatos, estamos integrando a mobilização, a organização e as lutas dos trabalhadores que na maioria das vezes são comuns”, afirma Emerson Morresi, presidente da Feittinf.

Um tema chave deve ser o enquadramento sindical, quando uma empresa da área de tecnologia se enquadra em outro setor da economia, visando negociar com sindicatos mais fracos e aderir a convenções coletivas menos exigentes.

Na sua nota, o Sindpd cita diretamente empresas como IBM, Proxxi, Kyndryl e ViaHub. 

De uns tempos para cá, é possível notar que o Sindpd parece ter ganhado uma dose adicional de autoconfiança, o que se pode notar no uso de expressões como “irmão maior”, ou “COE”, uma denominação usada por muitas forças policiais espalhadas pelo Brasil, geralmente vinculado com grupos de elite.

O novo ímpeto está resultando numa ação mais enérgica no setor privado, o que nunca foi o grande forte dos sindicatos da área de TI.

No ano passado, por exemplo, o Sindpd convocou uma greve na Qintess em São Paulo, uma ação sem precedentes em grandes empresas de TI (durou um dia e o sindicato se declarou o vencedor) além de ter comprado uma briga de grande repercussão com a Stefanini (que o sindicato também levou).

Agregado a isso, as demissões em massa em empresas de tecnologia e startups nos últimos anos podem ter levado muitos profissionais do setor a rever convicções sobre os sindicatos da área, que nunca foram muito populares num contexto mais favorável para os funcionários.

Matéria publicada pelo Jornalista Maurício Renner, link Sindicatos do PR e MG tem reforço | Notícias | Baguete.