Negócio de mais de R$ 20 bilhões envolve 45 jatos e ocorre em meio às ameaças de Trump ao Brasil por meio de tarifas

Embraer – A Embraer anunciou nesta semana a venda de 45 jatos modelo E195-E2 para a companhia aérea Scandinavian Airlines, da Dinamarca, com direitos de compra para mais dez aeronaves. O acordo, avaliado em R$ 21,8 bilhões, ocorre em meio à incerteza sobre os efeitos das tarifas de 50% que os Estados Unidos, sob a gestão do presidente Donald Trump, anunciaram contra produtos brasileiros.

As primeiras entregas estão previstas para o fim de 2027, com remessas adicionais distribuídas ao longo de quatro anos. A fabricante brasileira destacou que o contrato com a empresa dinamarquesa contribuirá para ampliar a eficiência da frota, reduzir emissões de gases de efeito estufa e gerar oportunidades de crescimento a partir do hub global da Scandinavian Airlines, em Copenhague.

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O modelo E195-E2, segundo a Embraer, é certificado para operar com 100% de combustível sustentável de aviação (SAF), podendo voar com misturas de até 50% desse combustível.

“O E195-E2 é uma aeronave inovadora em termos de eficiência, desempenho e conforto do passageiro. Estamos confiantes de que essas aeronaves desempenharão um papel crucial na estratégia de renovação e expansão da frota da SAS, apoiando seus planos de crescimento e aprimorando suas capacidades operacionais”, afirmou Arjan Meijer, CEO da Embraer Aviação Comercial.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também celebrou o negócio em publicação nas redes sociais. Para ele, “mesmo diante dos desafios para o comércio internacional, a Embraer segue abrindo mercados, gerando emprego e renda”.

Impactos das tarifas de Trump

A venda para a Dinamarca ganha ainda mais importância diante do cenário de incerteza causado pelas tarifas que os Estados Unidos passarão a aplicar sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A Embraer possui forte presença no mercado norte-americano, com cerca de 24% de sua receita atrelada ao país.

Analistas do setor apontam risco de queda de até 15% no lucro da fabricante, já que a montagem final dos jatos executivos ocorre na Flórida, com peças produzidas no Brasil. O aumento dos custos, provocado pela taxação, pode reduzir a demanda e até provocar adiamentos nas entregas programadas.

(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/REUTERS/Roosevelt Cassio/Agência Brasil)