Impulsionado por campanha do governo, Arattai conquistou milhões de novos usuários na Índia em poucos dias

WhatsApp – Você já ouviu falar do Arattai? Lançado em 2021, o aplicativo de mensagens desenvolvido pela empresa de tecnologia indiana Zoho vem ganhando popularidade nas últimas semanas. Segundo a companhia, foram sete milhões de downloads apenas nos últimos sete dias, um crescimento impulsionado por uma estratégia do governo indiano de incentivar o uso de tecnologias nacionais.

No início de outubro, o ministro da Educação da Índia, Dharmendra Pradhan, publicou no X (antigo Twitter) uma mensagem pedindo para que as pessoas utilizem “aplicativos feitos na Índia para se manterem conectadas”. Desde então, outros ministros e líderes empresariais também aderiram à campanha, reforçando o apelo patriótico em torno do Arattai.

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A Zoho reconhece que o apoio do governo contribuiu diretamente para o aumento repentino nos downloads. Apesar disso, o aplicativo ainda está longe dos 500 milhões de usuários mensais ativos do WhatsApp no país. O objetivo, contudo, é claro: tentar competir com a ferramenta da Meta e conquistar espaço no mercado dominado por ela.

O Arattai oferece recursos semelhantes ao WhatsApp, como envio de mensagens e chamadas de voz e vídeo. Muitos usuários elogiaram sua interface e design, considerados intuitivos e modernos. Ainda assim, especialistas apontam desafios importantes para o futuro da plataforma.

De acordo com o escritor e analista de tecnologia Prasanto K Roy, será difícil superar a base de usuários do WhatsApp, sobretudo porque o app da Meta já abriga um grande número de empresas e serviços governamentais.

Outro ponto sensível é a privacidade de dados. Embora o Arattai ofereça criptografia de ponta a ponta para chamadas de voz e vídeo, esse recurso ainda não se estende às mensagens de texto, o que gera desconfiança entre parte dos usuários. O governo, por sua vez, busca estabelecer rastreabilidade das mensagens alegando motivos de segurança, o que é viável sem criptografia total, mas coloca em risco a privacidade das comunicações pessoais, segundo Shashidhar KJ, editor do portal MediaNama.

(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/Graphix Seeker)