Relatório detalha quase 42 milhões de tentativas de distribuir malwares a fim de danificar sistemas e roubar dados
Ciberataques – O Brasil foi alvo de 314,8 bilhões de ataques cibernéticos apenas nos seis primeiros meses de 2025, segundo levantamento divulgado pela Fortinet, empresa especializada em segurança digital. O relatório semestral “Cenário Global de Ameaças”, produzido pelo laboratório de inteligência e análise da companhia, aponta que o número representa 84% de todas as tentativas de invasão identificadas na América Latina e no Canadá no mesmo período.
Os dados foram apresentados durante o Fortinet Cybersecurity Summit Brasil 2025 (FCS 2025), evento que discute estratégias de cibersegurança na região. Entre as ameaças, destacam-se 41,9 milhões de atividades ligadas à distribuição de malwares, softwares maliciosos capazes de danificar sistemas, roubar dados e obter acesso não autorizado a informações pessoais, financeiras e corporativas.
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Outro dado relevante é o registro de 52 milhões de ações relacionadas a botnets, redes de dispositivos infectados controlados remotamente por criminosos. Também foram detectados 1 bilhão de ataques de força bruta, que tentam adivinhar senhas automaticamente, e 2,4 bilhões de tentativas de exploração de vulnerabilidades em sistemas.
O estudo ainda detalha a atuação dos criminosos em diferentes etapas da chamada “cadeia de destruição cibernética”:
• Reconhecimento: 2 bilhões de verificações ativas;
• Entrega: 4 milhões de downloads maliciosos não solicitados (drive-by download), incluindo 662 mil arquivos infectados;
• Instalação: 12 milhões de trojans, programas disfarçados de legítimos para enganar vítimas, e 67 mil tentativas de mineração ilegal de criptomoedas (CryptoMiner);
• Ação e objetivos: 309 bilhões de tentativas de ataques de negação de serviço (DDoS) e 28,1 mil incidentes de ransomware, malware que bloqueia dados e exige pagamento para liberação.
De acordo com Alexandre Bonatti, vice-presidente de Engenharia da Fortinet Brasil, as principais vítimas são empresas de médio e grande porte, mas usuários comuns também entram na mira dos hackers.
“Usuários comuns também são explorados e visados, mas geralmente como porta de entrada para atingir essas empresas, principalmente por meio de phishing e engenharia social”, afirma.
Como se proteger
Bonatti recomenda que a proteção contra ataques envolva a combinação de educação, processos e tecnologia. Para empresas, manter sistemas e dispositivos IoT (internet das coisas – como sensores e eletrodomésticos inteligentes) atualizados e adotar soluções integradas de segurança, como firewalls de nova geração e ferramentas baseadas em inteligência artificial, é essencial.
Segundo ele, companhias que usam plataformas de segurança operacional conseguiram reduzir o tempo médio para detectar e corrigir tentativas de ataque de mais de 21 dias para menos de uma hora.
Para o dia a dia dos usuários, a orientação é redobrar a atenção com links suspeitos, e-mails não solicitados e downloads de arquivos desconhecidos. Softwares devem ser baixados apenas de fontes oficiais e seguras, com antivírus atualizado e conferência do protocolo HTTPS para garantir a criptografia das informações.
(Com informações de Techtudo)
(Foto: Reprodução/Freepik/sastock)