Emily Portman descobriu trabalho em seu nome, disponível em plataformas de streaming, após ser parabenizada por fãs pelo lançamento
IA – A cantora folk Emily Portman viveu uma situação inesperada no mês passado ao ser parabenizada por um fã por seu “novo disco” nas plataformas digitais. Surpresa, já que não havia lançado nenhum material recentemente, a artista descobriu que alguém usou inteligência artificial para criar um álbum em seu nome.
Segundo noticiou a BBC no domingo (24), o disco falso foi batizado de Orca e incluía dez faixas geradas por IA, em estilo e voz semelhantes aos da britânica. O material chegou a ser disponibilizado no Spotify, iTunes e outros serviços de streaming.
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“Vazio e perfeito demais”
Ao ouvir as canções, entre elas Sprig of Thyme e Silent Hearth, Portman disse que os títulos eram “incrivelmente próximos” ao que ela própria faria. Para a cantora, o nível de semelhança revela que suas músicas reais foram usadas no treinamento do modelo.
Além da voz e da interpretação, o instrumental também imitava sua sonoridade. O realismo confundiu até mesmo fãs, que acreditaram se tratar de um lançamento oficial. Apesar da execução impecável, Portman classificou o resultado como “vazio e perfeito demais”, e acrescentou que não conseguiria – e nem deseja – cantar com a afinação da inteligência artificial.
Embora apareça creditada como artista, compositora e detentora dos direitos autorais, Portman afirmou que não sabe quem criou ou publicou o material, nem conhece o produtor Freddie Howells citado nos créditos. Pouco depois, a cantora também encontrou outro disco em seu nome, igualmente gerado por IA, mas com qualidade inferior.
A artista entrou com ação judicial para solicitar a retirada das obras das plataformas e alertou seus fãs a ficarem atentos a conteúdos fraudulentos.
Problema crescente
Casos semelhantes têm se multiplicado. O produtor e compositor Josh Kaufman, que participou do álbum Folklore de Taylor Swift, relatou recentemente experiência parecida. Outros artistas norte-americanos também tiveram músicas falsas publicadas em seus nomes, creditadas a gravadoras supostamente baseadas na Indonésia.
Até nomes já falecidos, como o cantor Blaze Folei, morto em 1989, foram usados nessas fraudes. Segundo especialistas, os golpistas exploram os algoritmos de streaming para ampliar o alcance das músicas geradas por bots, acumulando milhares de reproduções e lucrando com isso.
No caso de Emily Portman, porém, os royalties foram mínimos: cerca de US$ 6 (R$ 32 na cotação do dia), antes que as faixas fossem removidas do Spotify.
(Com informações de Tecmundo)
(Foto: Reprodução/Freepik/muqddas65)