Concessionárias pressionam big techs a assumirem custos bilionários de infraestrutura elétrica; população pode acabar pagando a conta

IA – O avanço acelerado da inteligência artificial vem impulsionando a construção de data centers nos Estados Unidos — e acendendo um embate entre concessionárias de energia e gigantes da tecnologia.

Empresas como Google, Amazon e Microsoft estão sendo pressionadas a arcar com uma parcela maior dos custos necessários para conectar essas instalações à rede elétrica, cuja capacidade está sendo colocada à prova diante da demanda crescente.

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O principal impasse gira em torno de quem deve pagar pelas atualizações da infraestrutura elétrica exigidas pelos novos centros de dados. As concessionárias alertam que, sem mudanças, os custos acabarão sendo repassados para os consumidores comuns.

Já as empresas de tecnologia alegam que já contribuem com valores significativos e que compromissos mais rígidos poderiam desacelerar o desenvolvimento do setor.

Demanda por energia explode

Na Virgínia, um dos principais polos de tráfego de internet do país, a concessionária Dominion Energy propôs que as empresas fechem contratos fixos de fornecimento, pagando inclusive por energia não utilizada.

A medida surgiu após um salto expressivo na demanda: projetos atuais solicitam até 300 megawatts por centro de dados — uma diferença drástica em relação aos 10 a 20 megawatts pedidos anteriormente.

Estados como Ohio já implementaram regras mais duras, exigindo que as big techs arquem com uma fatia maior dos custos de conexão. Segundo relatos, a disparada na procura fez com que algumas solicitações chegassem a ser 50 vezes maiores do que o consumo atual dos data centers da região.

Enquanto isso, cresce a preocupação de que a população acabe subsidiando, indiretamente, a expansão bilionária dessas empresas privadas. Críticos também alertam para os impactos na transição energética, que pode ser prejudicada por investimentos tão altos no modelo atual.

A Dominion, por exemplo, prevê mais de US$ 40 bilhões em investimentos apenas na Virgínia nos próximos cinco anos — quase o valor total da rede elétrica que já mantém no estado.

(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/Starline)