Estimativa aponta que consumo de eletricidade na Europa deve triplicar até o final da década devido à IA
Data centers – A rápida evolução da inteligência artificial, sobretudo a generativa, tem colocado em xeque os compromissos ambientais de grandes data centers, já que a tecnologia demanda intensa capacidade de processamento. A ampliação desses centros nos últimos anos – e a esperada para os próximos – aponta para um consumo cada vez maior de energia elétrica.
De acordo com estimativas da consultoria McKinsey, só na Europa o consumo de eletricidade deve triplicar até o final da década em razão da IA. No Brasil, o Ministério de Minas e Energia (MME) observou um aumento significativo na solicitação de energia elétrica para projetos de data centers, com projeção de demanda chegando a 9 GW até 2035.
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“O que temos visto no mercado, notadamente a partir de 2024, é que muitas instituições já estão analisando investimentos e percebendo a necessidade dessas transformações”, afirma em comunicado Ronaldo Hellwig, CEO da Delta Cable Americas (DCA) no Brasil.
A companhia atua na distribuição de soluções em conectividade, segurança eletrônica e infraestrutura de rede, e recentemente lançou uma divisão voltada exclusivamente a data centers, de olho na expansão do setor.
Segundo Hellwig, a adoção de estratégias que reduzam o impacto ambiental será a principal prioridade do mercado em 2025. Ele destaca que, além do investimento em energia renovável, os sistemas de refrigeração requerem atenção redobrada.
“O consumo excessivo de energia e água estão diretamente relacionados ao arrefecimento das salas. Portanto, ajustar o processamento e reorganizar o data center ajuda a melhorar a circulação de ar e a evitar a formação de pontos de calor, o que possibilita obter bons resultados com investimentos e custos operacionais reduzidos”, diz.
Sete práticas sustentáveis
Especialistas da DCA elencam sete recomendações práticas para mitigar os efeitos ambientais negativos gerados pelas operações em data centers:
1. Evitar energia desperdiçada
Servidores com múltiplos núcleos são projetados para oferecer desempenho aprimorado, mas muitas vezes operam parcialmente ociosos, o que pode aumentar o gasto energético sem necessidade. Monitorar o uso real e reavaliar sua alocação pode ajudar.
2. Melhorar o uso dos servidores
Organizar melhor os dados, reduzir o número de servidores, eliminar cópias redundantes e dimensionar corretamente a capacidade de armazenamento podem permitir o desligamento de equipamentos desnecessários e, com isso, poupar energia.
3. Utilizar redes em fibra óptica
Cada vez mais integradas às iniciativas de TI sustentável, as redes ópticas consomem menos energia, já que seus elementos passivos não requerem alimentação elétrica. Além disso, aquecem menos do que cabos metálicos e otimizam a ventilação ao ocupar menos espaço nas canaletas, o que também reduz a necessidade de material.
4. Gerenciar os ativos com inteligência
Softwares de gerenciamento permitem acesso em tempo real aos dados dos equipamentos, o que facilita ações rápidas e baseadas em informações precisas. O monitoramento remoto ajuda a TI a identificar áreas com maior temperatura e consumo, ajustando os sistemas de climatização conforme a demanda real.
5. Usar a redundância com equilíbrio
A duplicação de sistemas é comum para prevenir falhas inesperadas, mas deve ser implementada com equilíbrio. Redundâncias excessivas elevam o consumo sem agregar valor proporcional à resiliência operacional.
6. Adotar sistemas híbridos de refrigeração
Soluções que combinam ar-condicionado de precisão com resfriamento a água ou que utilizam ar externo são boas alternativas para otimizar a climatização dos ambientes.
7. Fazer gestão eficiente de resíduos
Maximizar a eficiência energética durante todo o ciclo de vida dos equipamentos, além de garantir o descarte ou reaproveitamento adequado de componentes obsoletos, é essencial para uma operação mais sustentável.
(Com informações de It Forum)
(Foto: Reprodução/Freepik/vecstock)