Estratégia Nacional de Cibersegurança propõe medidas com foco em educação, prevenção e fortalecimento da soberania tecnológica

Cibersegurança – O governo federal instituiu nesta semana a segunda versão da Estratégia Nacional de Cibersegurança (E-Ciber). Elaborado pelo Comitê Nacional de Cibersegurança, que reúne 25 instituições, o plano prevê 40 ações para estruturar e fortalecer a proteção digital no país, centralizando mecanismos de regulação, fiscalização, coordenação e controle.

Entre os objetivos, o documento prevê a promoção da inclusão e diversidade de grupos vulneráveis, a proteção de serviços essenciais e infraestruturas críticas, e a criação de uma “cultura de cibersegurança sustentável”. Para isso, aposta em educação, inovação e investimento para reduzir o chamado “débito tecnológico” do Brasil.

LEIA: Calendário do saque-aniversário do FGTS 2025 está disponível; veja datas

Educação como pilar

O E-Ciber aponta como prioridade incentivar comportamentos responsáveis e seguros por parte dos usuários, com a qualificação de professores da rede pública e privada para o ensino de práticas de segurança digital. A meta é inserir o tema nos currículos escolares em todos os níveis, estimular a participação em fóruns e congressos, e ampliar a capacitação técnica para atender às demandas crescentes da área.

O projeto também propõe parcerias com universidades e instituições acadêmicas para desenvolver pesquisas e ações conjuntas, incluindo a criação de linhas de estudo em cursos de graduação e pós-graduação.

Segundo João Carlo Mauro, especialista em cibersegurança e pesquisador da TGT ISG, essa etapa é crucial. “O déficit de talentos em cibersegurança é um risco global”, afirma. “Ao investir desde a base (escolas) até a ponta (formação técnica e universitária), o Brasil busca preencher essa lacuna. Para a sociedade, significa cidadãos mais conscientes e menos vulneráveis a golpes e ameaças digitais do dia a dia, o que impacta diretamente a segurança do consumo e das transações on-line.”

Prevenção e combate a crimes digitais

A estratégia também atualiza e reforça a Política Nacional de Cibersegurança, com medidas para prevenir e investigar crimes cibernéticos, fraudes e outras ameaças. O plano prevê planos de contingência para incidentes, canais de denúncia e sistemas de alerta de risco para serviços digitais.

Outra proposta é criar um selo nacional de segurança, que serviria como indicador do nível de proteção de produtos, serviços e sistemas digitais. Entre outras ações, estão:

• adoção de padrões mínimos de segurança para dados sensíveis;
• elaboração de lista de ativos de alto risco;
• sistemas seguros de troca de informações;
• notificação nacional de ciberincidentes;
• exercícios e simulações;
• capacitação de órgãos de persecução penal;
• apoio às vítimas de crimes digitais;
• orientação a pequenas empresas;
• participação internacional e apoio a países vizinhos.

Inovação e soberania tecnológica

O E-Ciber quer manter as normas de segurança sempre atualizadas e criar um modelo para medir a maturidade da cibersegurança no Brasil. A proposta é desenvolver soluções nacionais para reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras e incentivar a inovação.

No formato de cooperação entre o setor público e privado, o plano prevê a criação de equipes de prevenção e resposta a incidentes cibernéticos, como os ISACs (centros de análise e compartilhamento de informações), responsáveis por testes e pesquisas.

Para João Carlo Mauro, esse é um passo estratégico para o país. “Vejo que os objetivos centrais da E-Ciber são promover a soberania nacional e reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras. Isso tende a se traduzir em incentivos ao desenvolvimento tecnológico nacional e à autonomia produtiva e tecnológica na área de cibersegurança”, avalia.

Ele destaca ainda que a iniciativa pode posicionar o Brasil como referência no setor. “Se a tecnologia, atualmente, dita o verdadeiro poder, a soberania digital torna-se fundamental. Ao estimular o desenvolvimento de soluções nacionais e direcionar apoio às empresas brasileiras, o Brasil busca não apenas se proteger, mas também se tornar um polo exportador de tecnologia na área.”

Sindplay oferece cursos de cibersegurança

O Sindplay, plataforma de capacitação para profissionais de TI, disponibiliza cursos e treinamentos em cibersegurança e em outras áreas (confira aqui).

Sócios e contribuintes dos sindicatos integrados à Fenati (Federação Nacional dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação) têm bolsa integral de acesso à ferramenta, chamada de “Netflix de TI” pela mídia especializada. O reconhecimento veio com o prêmio em Inovação e Transformação Digital no SindMais 2024.

A plataforma inclui cursos sobre proteção de dados, desenvolvimento de software, administração de redes, inteligência artificial, blockchain e mais. Desenvolvido em parceria com a Academia Forense Digital (AFD), o Sindplay oferece material didático, certificados e mais de 140 opções de cursos, com valor estimado em R$ 100 mil. Atualmente, possui mais de 15 mil usuários ativos.

(Com informações de Tecmundo)
(Foto: Reprodução/Freepik/Imagem gerada por IA)