Projeto tem como objetivo ampliar a capacidade estatal de antecipar desafios e oportunidades sociais

IBGE – Foi lançado nesta terça-feira (24) o Programa Nacional de Inteligência e Governança Estatística e Geocientífica, que deverá subsidiar políticas públicas preditivas. A iniciativa é uma parceria do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).

A proposta do programa é inovar no uso de dados estatísticos e geocientíficos, promovendo a antecipação de tendências e cenários. A partir de ferramentas tecnológicas de ponta e métodos de análise preditiva, a iniciativa visa fortalecer a atuação do Estado na identificação precoce de problemas e oportunidades, oferecendo suporte à formulação de políticas mais eficazes, sustentáveis e com foco no médio e longo prazo.

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Para o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, o lançamento representa um momento importante de articulação entre diversas áreas do governo em favor da modernização das políticas públicas. Ele também ressaltou que a proposta representa uma mudança relevante na forma como as políticas públicas são desenhadas no país.

“Em geral, as políticas públicas que temos no país são feitas com base na realidade observada, ou seja, uma realidade já consolidada no passado ou no presente recente. Agora, teremos a possibilidade de apresentar informações estatísticas e geocientíficas que preparam melhor as instituições para intervir em uma realidade em transformação”, disse.

A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo do governo federal, alinhado ao Sistema Nacional Soberano de Geociência, Estatísticas e Dados (Singed), sob coordenação do IBGE. O Singed tem como missão padronizar e integrar bases de dados hoje dispersas em diferentes instituições públicas, convertendo-as em estatísticas preditivas confiáveis.

Previsto para ser executado no biênio 2025–2026, o programa pretende desenvolver plataformas analíticas estratégicas que consolidem e processem dados em larga escala, vindos de diferentes setores e órgãos do poder público. A meta é produzir informações capazes de orientar decisões governamentais a partir de evidências e projeções, aprimorando a qualidade do planejamento nacional.

O secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), João Villaverde, ressaltou a relevância do IBGE para o Brasil e comemorou a assinatura do protocolo com o Instituto e com o Serpro. “O Brasil precisa de mais IBGE, e não menos. O Brasil precisa ver aquele colete da recenseadora e do recenseador do IBGE e abrir a porta da sua casa com alegria”, afirmou.

Villaverde reforçou que informações essenciais — como as relacionadas à inflação, desemprego e condições de vida — só existem graças ao trabalho técnico do IBGE. “Seja para o setor público, privado ou terceiro setor, só é possível tomar decisões eficientes com boas informações e de forma tempestiva”, apontou.

A subsecretária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Paula Montagner, chamou atenção para a importância de informações territoriais detalhadas e atualizadas, especialmente no combate às desigualdades no mercado de trabalho. “Uma informação boa que chega três anos depois é quase inútil. Precisamos de dados com credibilidade e timing”, explicou.

Encerrando o evento, o assessor da Presidência do IBGE, Denis Maracci, informou que as oficinas do programa terão início já em julho, com o cronograma detalhado em fase de definição e anunciou o lançamento de um hotsite oficial para acompanhar as ações da iniciativa. Segundo ele, outras entidades já manifestaram interesse em aderir.

(Com informações de Agência de Notícias IBGE)
(Foto: Reprodução/Agência de Notícias IBGE/Mauro Cesar)