Método de reprodução assistida foi executado de maneira completamente automatizada, integrando robótica e inteligência artificial
IA – Pesquisadores revelaram o nascimento pioneiro de um bebê gerado por meio de um procedimento de fertilização conduzido integralmente por um robô equipado com inteligência artificial. A técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) – já consolidada na reprodução assistida – foi realizada, pela primeira vez na história, de forma digitalmente controlada e sem intervenção humana direta.
O procedimento foi detalhado em publicação na Reproductive Biomedicine Online e realizado por uma equipe de especialistas de Nova York e do México. No artigo, os pesquisadores explicam que a fertilização artificial com robô equipado com IA foi conduzida em uma mulher de 40 anos que já havia passado por uma fertilização in vitro antes, mas o procedimento foi malsucedido. A gestação não apresentou intercorrências.
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Automação com IA elevou precisão
Conforme explicaram os pesquisadores, o novo método combina robótica de alta precisão e algoritmos de IA para automatizar todas as etapas da ICSI tradicional. Tecnologias como lasers são empregadas para imobilizar e direcionar os espermatozoides até o óvulo.
Segundo Jacques Cohen, embriologista e líder do projeto, a abordagem permite “aumentar a precisão, melhorar a eficiência e garantir resultados consistentes”, afirmou em comunicado.
Processo rápido
No estudo, oito óvulos foram fertilizados: cinco pelo sistema robótico e três pelo método manual. Quatro dos embriões automatizados evoluíram adequadamente. Um blastocisto (embrião com 5 a 7 dias) foi criopreservado (congelado) e, posteriormente, implantado no útero da paciente.
Cada fecundação feita pelo robô levou menos de dez minutos para ser realizada, com a equipe monitorando remotamente de Nova Iorque (EUA) e Guadalajara (México). A gestação transcorreu sem complicações, resultando no nascimento de um bebê saudável. Os pesquisadores acreditam que ajustes técnicos podem acelerar ainda mais o processo.
“Com a IA, o sistema seleciona o esperma de forma autônoma e imobiliza precisamente sua parte média com um laser pronto para injeção, executando esse processo rápido e preciso com um nível de precisão além da capacidade humana”, detalhou Gerardo Mendizabal-Ruiz, coautor da pesquisa.
Para os pesquisadores, a técnica pode revolucionar a medicina reprodutiva, oferecendo maior acessibilidade e padronização em tratamentos de fertilidade.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/prostock-studio)