Estudo mostra que brasileiros têm delegado tarefas íntimas e decisões cotidianas à inteligência artificial
IA – Um novo levantamento da consultoria Página 3 revela que a inteligência artificial tem assumido um papel crescente na vida cotidiana dos brasileiros. Segundo o estudo, quatro a cada cinco entrevistados (81%) já recorreram a ferramentas de IA para escrever mensagens de cunho pessoal, tarefa antes vista como intransferível e íntima.
A pesquisa ouviu cerca de 600 brasileiros com acesso às tecnologias digitais, abrangendo diferentes classes sociais. A margem de erro é de 4%. Além do uso expressivo das ferramentas, o estudo mostra que quase metade dos participantes prefere consultar modelos de IA antes de tomar decisões, evidenciando um aumento da dependência tecnológica.
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Outro dado que chama atenção é a percepção de perda de autenticidade nas interações humanas. Para 63% dos entrevistados, as pessoas eram mais originais no passado. Já 49% afirmam ter recebido mensagens que pareciam escritas por inteligência artificial, o que reforça a sensação de homogeneização nas relações. Ao mesmo tempo, 76% relatam maior dificuldade em conversar e se relacionar com os outros, enquanto 72% dizem desejar ser mais autênticos.
“Quando tudo aquilo com que entramos em contato se torna uma espiral de repetições disfarçadas de novidade, enfraquecemos a nossa personalidade, nossos critérios e o senso de realidade”, afirma Sabrina Abud, cofundadora da consultoria e diretora do estudo.
A pesquisa também aponta para uma visão ambivalente sobre o futuro profissional diante da expansão da IA. Para 39% dos entrevistados, os melhores profissionais serão aqueles capazes de criar os melhores prompts. Por outro lado, há uma valorização de competências humanas: 60% destacam a importância da análise crítica das informações fornecidas pela IA, e 49% veem como essencial a capacidade de interpretar antes de agir.
“Já estamos assistindo pessoas que terceirizam partes inteiras do processo de pensar. Com a entrada dos agentes de IA em nossas vidas, esse cenário tende a piorar, já que a delegação da ação e do pensamento será muito maior”, alerta Georgia Reiné, cofundadora da Página 3.
(Com informações de IT Fórum)
(Foto: Reprodução/Freepik)
