Pesquisadores analisaram cerca de 30 mil redações de alunos e treinaram ferramenta que detecta IA com precisão quase total
IA – Um estudo conduzido pela Cornell Ann S. Bowers College of Computing and Information Science, nos Estados Unidos, analisou 30 mil redações de inscrição em faculdades e concluiu que textos produzidos por modelos de linguagem, como o ChatGPT, carecem de originalidade. Segundo os pesquisadores, as redações geradas soam genéricas, seguem padrões estereotipados e podem ser identificadas com facilidade por avaliadores e sistemas de detecção.
Mesmo quando instruídos a escrever a partir da perspectiva de candidatos de diferentes raças, gêneros ou origens, os modelos de IA produziram narrativas semelhantes, com pouca variação. Para os autores, essa uniformidade contrasta com a riqueza de experiências pessoais que costuma aparecer em textos humanos. “O texto de admissão é uma chance para o candidato mostrar quem realmente é”, explicou o professor Rene Kizilcec, coautor do estudo.
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Além da análise comparativa, os cientistas treinaram um sistema capaz de distinguir textos feitos por IA e alcançaram precisão quase total. Isso significa que, caso instituições de ensino adotem ferramentas semelhantes, a identificação dessas redações seria simples.
Diante do risco de reprovação ou desqualificação, os pesquisadores recomendam que estudantes utilizem a tecnologia apenas como apoio, em tarefas de revisão ou feedback. “Com ferramentas de IA, os alunos podem estar dando um tiro no próprio pé inadvertidamente”, alertou o pesquisador AJ Alvero.
Apesar de estimativas indicarem que cerca de 30% dos alunos já recorrem à inteligência artificial para escrever suas redações, os autores do estudo reforçam que a autenticidade segue sendo o caminho mais eficaz para causar uma boa impressão nos avaliadores. Mais do que preencher linhas, o texto de admissão é visto como um espaço para transmitir identidade, trajetória e objetivos de vida.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/DC Studio)