Segundo pesquisa global, 53% dos brasileiros afirmam usar IA no trabalho, mas apenas 25% relatam receber preparo necessário

IA – A introdução acelerada da inteligência artificial nas rotinas corporativas está levando empresas a reverem suas estratégias de capacitação e gestão. Embora a adoção dessas ferramentas cresça rapidamente, ainda há um descompasso significativo entre a velocidade da transformação tecnológica e a qualificação dos profissionais para lidar com ela de forma estratégica. A isso somam-se outras exigências: garantir o uso ético da IA, atender a regulamentações em constante atualização e proteger informações sensíveis. Esses pontos são destacados na pesquisa global Talent Trends 2025, conduzida pela consultoria de recrutamento executivo Michael Page.

Segundo o levantamento, 25% dos profissionais brasileiros relatam que suas empresas não estão oferecendo o suporte necessário para o uso apropriado da IA. O índice é ainda mais elevado na média da América Latina (34%) e no cenário global (32%). Outros 35% afirmam estar pouco preparados para o uso dessas tecnologias. Em contraste, 27% se consideram aptos a utilizá-las, e apenas 8% dizem estar totalmente prontos. Um grupo de 5% não soube avaliar.

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“A inteligência artificial há muito tempo já se tornou parte do cotidiano de muitos profissionais. E o mais interessante desta evolução é que eles não estão usando a IA apenas para automatizar tarefas repetitivas, eles seguem explorando seu potencial para liberar criatividade, solucionar desafios complexos e acelerar a tomada de decisão. As empresas que abraçaram essa transformação já colhem frutos em eficiência e vantagem competitiva”, explica Lucas Oggiam, diretor executivo da Michael Page.

O uso da inteligência artificial entre os profissionais brasileiros também apresentou crescimento expressivo. Neste ano, 53% dos entrevistados disseram utilizar a tecnologia em suas funções, um avanço em relação aos 37% registrados em 2023. O índice brasileiro está acima da média latino-americana (46%) e da global (45%).

O levantamento também investigou se o uso de ferramentas de inteligência artificial generativa trouxe benefícios concretos ao trabalho. Para 80% dos respondentes brasileiros, a tecnologia teve impacto positivo na qualidade das entregas — índice acima do observado na América Latina (71%) e no cenário mundial (73%).

A Talent Trends 2025 foi realizada entre novembro e dezembro de 2024 e ouviu cerca de 50 mil profissionais em 36 países, com diferentes níveis hierárquicos e setores de atuação. O objetivo é mapear as expectativas dos trabalhadores — como remuneração competitiva, flexibilidade e propósito — e compará-las com as demandas das organizações em um contexto de mudanças constantes.

“Quando as empresas oferecem diretrizes claras sobre como utilizar a GenAI — seja para geração de conteúdo, análise de dados ou suporte à tomada de decisão — os profissionais respondem com mais confiança e produtividade. O papel da liderança, nesse contexto, é construir essa ponte entre inovação e cultura organizacional”, conclui Oggiam, da Michael Page.

(Com informações de TI Inside)
(Foto: Reprodução/Freepik)