Tecnologia já alcança mais da metade da população mundial, mas diferenças econômicas e territoriais mantêm regiões inteiras fora da banda larga móvel.

Cobertura 5G – A conectividade global avança rapidamente, mas as disparidades entre países e regiões seguem marcantes. Dados atualizados de 2025 mostram que, apesar da expansão acelerada do 5G e do aumento contínuo das assinaturas móveis e de banda larga, o acesso à conectividade ainda é extremamente desigual, tanto entre nações ricas e pobres quanto entre áreas urbanas e rurais.

Lançado comercialmente em 2019, o 5G já cobre 55% da população mundial. No entanto, esse número mascara contrastes significativos: nos países de alta renda, a cobertura chega a 84%, enquanto nas nações de baixa renda não passa de 4%. A disparidade também se repete quando o recorte é regional.

LEIA: Recusa à negociação coletiva autoriza ação judicial, decide TST

A Europa lidera com 74% da população coberta, seguida pela Ásia-Pacífico (70%) e pelas Américas (60%). Já os índices caem drasticamente nos Estados Árabes (13%), na África (12%) e nos países da Comunidade de Estados Independentes (CIS), com apenas 8%.

As diferenças se acentuam ainda mais quando a análise considera o território. Globalmente, 66% da população urbana já está coberta por redes 5G, contra apenas 40% da população rural. Em países de alta renda, 89% das áreas urbanas possuem acesso à tecnologia, enquanto nas zonas rurais esse índice cai para 59%.

Entre os países de baixa renda, a desigualdade é ainda mais acentuada: o 5G chega a somente 9% das áreas urbanas e é praticamente inexistente nas rurais. Em muitas regiões menos desenvolvidas, sobretudo em áreas rurais, parte da população ainda depende de 3G, 2G, ou sequer conta com qualquer tipo de cobertura.

4G cobre mais de 90%

Apesar do avanço das novas tecnologias, redes anteriores continuam sendo a base da conectividade no planeta. O 4G cobre 93% da população global, mas a taxa cai para 56% entre países de baixa renda. Quando se considera o acesso via 3G ou superior, a cobertura chega a 96% da população mundial, o que significa que cerca de 312 milhões de pessoas ainda vivem totalmente fora do alcance de qualquer banda larga móvel.

Metade desse contingente está na África. Entre os países menos desenvolvidos (LDCs) e os sem litoral (LLDCs), 12% e 11% da população, respectivamente, seguem sem acesso à banda larga móvel, descumprindo a meta 9.c dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que previa acesso universal e acessível até 2020.

Mesmo com as lacunas de infraestrutura, o uso de serviços móveis continua em expansão. Em 2025, o mundo atinge 9,2 bilhões de assinaturas, o equivalente a 112 linhas para cada 100 habitantes. A diferença entre países ricos e pobres também é evidente aqui: são 142 assinaturas por 100 habitantes nos primeiros, contra 70 nos segundos. Regionalmente, a maior penetração ocorre nos países da CIS, com 159 linhas por 100 habitantes, quase o dobro do índice africano, de 92.

A banda larga móvel segue impulsionando a transformação digital. Há 99 assinaturas por 100 habitantes, quase uma linha para cada pessoa, e elas já representam 89% de todas as assinaturas móveis, ante menos de 50% em 2015. O 5G acompanha essa expansão, ainda que de maneira desigual: 36% das assinaturas de banda larga móvel no mundo já são da nova geração, especialmente nas Américas, Europa e Ásia-Pacífico. Na CIS e na África, porém, a proporção não ultrapassa duas assinaturas 5G por 100 habitantes, reflexo direto da baixa cobertura.

O cenário é diferente quando se observa a banda larga fixa. Embora cresça a uma média anual de 5,2% nos últimos cinco anos, sua penetração global é de apenas 20 assinaturas por 100 habitantes, número muito inferior ao da banda larga móvel, já que conexões fixas tendem a ser compartilhadas entre moradores e exigem custos de implantação mais elevados. A desigualdade econômica mais uma vez se impõe: países de alta renda registram 39 assinaturas fixas por 100 habitantes, enquanto os de baixa renda têm apenas 0,6.

Os números mostram que, embora as redes móveis e o 5G estejam avançando em ritmo acelerado, a universalização da conectividade ainda é uma meta distante. Barreiras econômicas, geográficas e regulatórias continuam deixando milhões de pessoas desconectadas, sobretudo nas regiões mais pobres, menos populosas e mais remotas do planeta.

(Com informações de Convergência Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/kanawatTH)