Avanço tecnológico permite conexão de alta performance em regiões remotas e no espaço, superando a concorrente em velocidade e estabilidade

Internet chinesa – Cientistas chineses anunciaram um salto significativo na tecnologia de conexão por satélite, atingindo velocidades de transmissão de 1Gbps com elevada estabilidade e baixíssima taxa de erro. O feito, que supera amplamente o desempenho atual do serviço Starlink, da SpaceX, tem potencial para transformar o acesso à internet em locais isolados e até mesmo em missões espaciais.

O resultado foi obtido por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade de Correios e Telecomunicações de Pequim. Diferentemente da Starlink, que opera em órbitas baixas (cerca de 550 km), o teste bem-sucedido utilizou um satélite posicionado a 36 mil quilômetros da Terra, conforme relatado pelo site TechRadar.

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A inovação nasceu da combinação de duas técnicas: a Óptica Adaptativa (AO), que corrige distorções causadas pela atmosfera terrestre, e a Receptação por Diversidade de Modos (MDR), que capta e reorganiza os sinais ópticos dispersos, garantindo a estabilidade da conexão. Os experimentos foram conduzidos no observatório de Lijiang, na China, utilizando um telescópio de 1,8 metro de abertura e um feixe laser modesto de apenas dois watts (equivalente a uma luz noturna).

Além da velocidade impressionante de 1Gbps, o sistema demonstrou uma redução drástica na taxa de erro, caindo de 28% para apenas 8,9%. O método também se mostrou capaz de selecionar em tempo real os três canais de sinal mais potentes dentre oito disponíveis, otimizando ainda mais a força da conexão.

Impacto

Enquanto a Starlink oferece velocidades práticas em torno de 71 Mbps para planos padrão (prometendo entre 25 e 100 Mbps), a nova tecnologia chinesa representa uma revolução para comunidades rurais, bases científicas remotas e outras localidades com acesso limitado à internet terrestre.

As implicações do avanço se estendem também à comunicação espacial. A capacidade de fornecer links de alta velocidade e baixa latência a partir de órbitas geoestacionárias abre novas perspectivas para conectar missões no espaço profundo com maior eficiência.

Embora ainda se trate de uma prova de conceito, detalhada na publicação científica Acta Optica Sinica, o desenvolvimento coloca os líderes ocidentais do setor, como a Starlink, diante de uma promissora e robusta concorrência caso a tecnologia seja disponibilizada ao público.

(Com informações de It Forum)
(Foto: Reprodução/Freepik)