De acordo com lista da MIT Technology Review, telescópio do Observatório Vera C. Rubin tem potencial de revolucionar a forma como se observa o universo

Chile – A MIT Technology Review apresentou as dez tecnologias que mais devem impactar o mundo neste ano, segundo a tradicional lista elaborada pela publicação. O destaque de 2025 não é a inteligência artificial generativa, como muitos poderiam imaginar, mas sim o telescópio do Observatório Vera C. Rubin, localizado no Chile.

A apresentação foi feita por Elizabeth Bramson-Boudreau, CEO e editora da publicação, durante a Febraban Tech 2025. Conforme explicou, o equipamento tem potencial para transformar a forma como observamos o universo e, por isso, ocupa o topo do ranking da revista. A IA generativa aparece na segunda posição, embora esteja presente de maneira indireta em outras tecnologias listadas. “Essa geração de informações é apenas um passo para os agentes, que em breve farão tudo por nós”, afirmou a executiva.

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Mesmo com o entusiasmo em torno da IA, ela ressaltou os desafios trazidos pela tecnologia. “A questão aqui é que esses modelos não sabem se aquilo que estão dizendo é verdade. A importância de compreender o que é verdadeiro e quais são os fatos é algo que precisamos considerar desde já”, disse.

Outro destaque do ranking são os SLMs (small language models), que ocupam a terceira colocação. Essa abordagem mais enxuta de modelos de linguagem utiliza menos energia e água e é mais eficiente em dispositivos móveis, com aplicações mais específicas do que os tradicionais LLMs (large language models).

Elizabeth defendeu também uma regulamentação global da IA, para evitar impactos negativos como demissões em massa e fraudes. Segundo ela, muitos CIOs e CTOs ainda não sabem como aplicar a tecnologia, mas sentem-se pressionados a adotá-la.

“Esse é o ciclo de todas as tecnologias quando elas emergem. Há a empolgação inicial, as expectativas elevadas, a decepção ao vermos a aplicabilidade real e, agora, creio que estamos nos aproximando da clareza com a IA”, afirmou.

A CEO enfatizou a importância de ampliar a infraestrutura tecnológica para permitir que essas inovações cheguem a mais pessoas e regiões. Ela também citou a 11ª inovação da lista, escolhida pelos leitores da revista: os dispositivos de interface cérebro-computador, que vêm ganhando espaço na robótica e podem beneficiar especialmente pessoas com deficiência (PcD).

Comentando os rumos da inovação nos Estados Unidos, a executiva criticou declarações recentes do presidente Donald Trump, que chamou de “green new scam” os incentivos do governo à pesquisa acadêmica. Para ela, essas parcerias com universidades são justamente o que torna o país tão inovador, e reforçou: esse cenário pode abrir uma janela de oportunidade para o Brasil, nos próximos três a quatro anos, caso haja aumento no investimento nas universidades.

(Com informações de IT Forum)

(Foto: Vera Rubin Observatory/Divulgação)