Busca por flexibilidade, saúde mental e chance de empreender impulsiona saída de empregados formais
Demissão – O número de brasileiros que decidem pedir demissão nunca esteve tão alto. Em janeiro deste ano, 37,9% dos desligamentos registrados no país foram a pedido do próprio trabalhador, segundo estudo da LCA 4intelligence, com base em dados do Caged.
Em 2020, esse índice era de 24% e, em períodos de desemprego igualmente baixo, como em 2013 e 2014, ficava em torno de 30%. Com o desemprego em queda e os pedidos de demissão em alta, empresas enfrentam o desafio de reter talentos.
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Jornada flexível, possibilidade de trabalho híbrido e melhores condições de carreira se tornaram pontos fundamentais para as empresas se tornarem atrativas aos novos trabalhadores brasileiros.
O perfil predominante é de jovens, mulheres e profissionais do comércio — categorias em que pesam jornadas longas, escalas rígidas e baixa remuneração. Entre os trabalhadores com ensino superior, o percentual de pedidos de demissão chega a 45%.
Os motivos vão além da troca por um novo emprego. Saúde mental, deslocamentos longos, chefias autoritárias e falta de flexibilidade na rotina entraram no cálculo. Uma mudança de mentalidade também é visível: cada vez mais trabalhadores se recusam a se submeter a condições degradantes de trabalho.
O sociólogo Tiago Magaldi, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que a qualidade dos empregos (salários + condições) ofertados impacta diretamente nesse processo. “Os empregos formais que esses trabalhadores de menor qualificação têm acesso são muito ruins. O salário mínimo é quase o máximo.”, avalia.
(Com informações de O Globo)
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