Relay-2 estava em silêncio desde 1967, mas emitiu uma rajada de sinais tão intensa que ofuscou todos os demais por um instante

Satélite – Um satélite de comunicação da NASA, desativado há quase seis décadas, voltou a emitir sinais. O Relay-2, que não se comunicava com a Terra desde 1967, gerou uma rajada rápida de rádio (RFB) tão intensa que, por um breve momento, ofuscou todos os demais sinais captados do espaço. O episódio ocorreu em junho de 2024, mas só veio a público agora.

A revelação foi feita pela revista New Scientist na última sexta-feira (20). Segundo a publicação, a explosão de rádio foi registrada por cientistas do Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) em 13 de junho do ano passado. Inicialmente, os astrônomos acreditaram que o sinal vinha de um objeto celeste distante, mas uma análise mais precisa apontou para uma fonte inesperada: o satélite Relay-2, que ainda orbita a Terra.

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O Relay-2 foi lançado em janeiro de 1964 como parte de um experimento de comunicações. Equipado com instrumentos para estudar o cinturão de radiação de Van Allen, ele operou até junho de 1967. Durante seu funcionamento, chegou a transmitir eventos históricos, como o assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963, para a Europa e o Japão.

O pulso de rádio detectado em 2024 durou apenas 30 nanossegundos, tempo suficiente para empolgar os pesquisadores do ASKAP, que cogitaram estar diante de um novo pulsar ou outro fenômeno cósmico. De acordo com a NASA, RFBs são capazes de liberar mais energia que uma galáxia inteira.

A principal hipótese da equipe australiana é que o sinal tenha sido resultado da liberação repentina de carga eletrostática acumulada no satélite ao longo de décadas. Situações semelhantes já foram observadas, como no caso do telescópio de Arecibo, que registrou esse tipo de descarga antes de colapsar em 2020. Outra possibilidade considerada é o impacto de um micrometeorito, que teria provocado uma nuvem de plasma, detectada pelos equipamentos como uma explosão de rádio.

Apesar do mistério em torno da origem exata do pulso, o evento reacende o interesse sobre o comportamento de objetos antigos em órbita e como eles podem interagir com o ambiente espacial, mesmo após décadas de inatividade.

(Com informações de Tecmundo)
(Foto: Reprodução/Freepik/fukume)